A legislação atual assume a criança como sujeito de direitos, entre eles, o direito à educação. As práticas pedagógicas e curriculares na Educação Infantil precisam se ancorar nos princípios éticos, políticos e estéticos definidos das Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil - DCNEI (BRASIL, 2009) e nos seis Direitos de Aprendizagem e Desenvolvimento oriundos de tais princípios e definidos na Base Nacional Comum Curricular - BNCC (BRASIL, 2017) para serem garantidos às crianças. São eles: o direito de aprender a brincar, a participar, a conhecer-se, a conviver, a explorar e a expressar. Com base nesta conjuntura, temos nos questionado: como os direitos de aprendizagem e desenvolvimento estão sendo garantidos nas interações e experiências oportunizadas às crianças nas instituições educativas? Que sentidos as professoras elaboram acerca dos direitos de aprendizagem? Com o objetivo de investigar e analisar sentidos construídos pelas professoras sobre Direitos de Aprendizagem e Desenvolvimento das Crianças nos Currículos da Educação Infantil e suas proposições para as práticas pedagógicas, desenvolvemos uma pesquisa ancorada nas proposições e fundamentos da abordagem histórico cultural (VIGOTSKI, 2005; 2007) e da análise dialógica do discurso (BAKHTIN, 1995; 2003). Como procedimentos metodológicos realizamos análise documental dos documentos curriculares nacionais citados e do Documento Curricular do Estado do Rio Grande do Norte para Educação Infantil - DCRNEI (RN, 2018), entrevistas semiestruturadas (gravadas) com oito professoras da educação infantil e sessões de observação participante registrada em diário de campo em duas turmas - uma de creche e uma de pré-escola. A pesquisa foi desenvolvida em uma instituição pública de educação infantil na região do semiárido potiguar. Mediante a análise dos dados, compreendemos nas vozes das professoras que há uma preocupação e interesse em aprender sobre os direitos de aprendizagem e observamos que em suas práticas pedagógicas são desenvolvidas atividades que buscam garantir esses direitos, mas há também aquelas que se distanciam das possibilidades de efetivá-los com sistematicidade. Sabendo, no entanto, que os Direitos de Aprendizagem e Desenvolvimento podem e precisam ser efetivados de forma articulada e indissociável nas práticas cotidianas, ou seja, em todas as ações, relações e interações que se presentificam no dia a dia das crianças e nas possibilidades de mediação pelo adulto e pela linguagem, destacamos a necessidade de mais intencionalidade na organização de espaços, tempos, materiais e atividades para garantir desses Direitos. Constatamos a importância dos documentos norteadores para a educação infantil (DCNEI, BNCC) em diálogo com as práticas pedagógicas. Contudo foi possível perceber que as professoras possuem pouco conhecimento acerca dos referidos documentos e se preocupam com seus anseios e dúvidas na compreensão do que constitui o currículo e os direitos de aprendizagem e desenvolvimento, além de suas (im)possibilidades de oportunizar interações mais significativas às crianças devido a ausência de materiais didáticos e espaços adequados.
Comissão Organizadora
Thaiseany de Freitas Rêgo
RUI SALES JUNIOR
Comissão Científica
RICARDO HENRIQUE DE LIMA LEITE
LUCIANA ANGELICA DA SILVA NUNES
FRANCISCO MARLON CARNEIRO FEIJO
Osvaldo Nogueira de Sousa Neto
Patrício de Alencar Silva
Reginaldo Gomes Nobre
Tania Luna Laura
Tamms Maria da Conceição Morais Campos
Trícia Caroline da Silva Santana Ramalho
Kátia Peres Gramacho
Daniela Faria Florencio
Rafael Oliveira Batista
walter martins rodrigues
Aline Lidiane Batista de Amorim
Lidianne Leal Rocha
Thaiseany de Freitas Rêgo
Ana Maria Bezerra Lucas